sexta-feira, 27 de abril de 2012

Prédio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo recebe intervençao do Movimento Brasil Pelas Florestas


Cartazes foram colados hoje pela manhã, por ativistas fantasiados de "Xerife Dilma", na fachada do prédio da Federação, localizado na Rua Barão de Itapetininga,224, São Paulo. Cada cartaz tem estampados os rostos dos deputados ruralistas Abelardo Lupion, Valdir Colatto, Luis Carlos Heinze, Paulo Piau, Irajá Abreu, Ronaldo Caiado e da senadora Kátia Abreu. 

Os parlamentares são retratados como cowboys fora-da-lei e o cartaz tem um resumo das principais acusações que tramitam na justiça contra os parlamentares, comprovando seu interesse direto na alteração do código florestal.

 






O prédio da Federação foi escolhido por representar a organizaçaõ de classe que representa os interesses ruralistas no estado de São Paulo.
 

Os cartazes, que além de serem colados na sede da Federação foram distribuidos em ONGs, escolas, universidades e viralizados pela internet, tem como objetivo expor aos brasileiros os nomes e rostos por trás das manobras que estão destruindo o Código Florestal brasileiro.

A ação foi organizada pelo movimento Brasil pelas Florestas e foi planejada para coincidir com a votação da alteração do texto do Código Florestal que acontece nos dias 24 e 25 de abril, na Câmara dos Deputados.

Para o
Movimento, as mudanças representam um retrocesso na legislação socioambiental brasileira, pois favorece o aumento do desmatamento e a anistia infrações e crimes ambientais, até julho de 2008, incitando a impunidade.

Lembrando que as alterações beneficiam diretamente à bancada ruralista, que atualmente integra cerca de 30 % da Câmara e é formada por deputados, que em sua maioria, são grandes proprietários de terras que têm dívidas ambientais.

O texto, se for aprovado na Câmara, será submetido ainda à sanção da presidenta Dilma Rousseff que, durante a campanha eleitoral de 2010, assinou compromisso de que vetaria quaisquer dispositivos que anistiassem crimes ambientais e promovessem desmatamentos. Por isso, a posição do movimento, caso isso aconteça, é exigir o veto da presidenta, cobrando que seja cumprido o que foi prometido.

Assista o video:

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Belo Monte demite 60, agride e manda prender trabalhadores

Uma liderança grevista foi demitida e agredida por um segurança privado do consórcio. Outro, que aparecera em vídeo participando da greve em gravações internas feitas pela empresa, foi demitido e posteriormente preso sem explicação pela Polícia Militar

 
Publicado em 17 de abril de 2012
Por Ruy Sposati 
 
 
 
O Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pelas obras da terceira maior usina hidrelétrica do planeta, na região de Altamira (PA), demitiu ao menos 60 operários que participaram da última greve que paralisou a obra por sete dias, entre os dias 5 e 12 de abril.
 Uma liderança grevista foi demitida e agredida por um segurança privado do consórcio. Outro, que aparecera em vídeo participando da greve em gravações internas feitas pela empresa, foi demitido e posteriormente preso sem explicação pela Polícia Militar – segundo os trabalhadores, chamada pelo consórcio, enquanto dormia em um dos alojamentos do CCBM.

Segundo depoimento de trabalhadores, cinco teriam sido demitidos porque assinaram ata de fundação de uma Associação de Operários, conforme diz um documento que teria sido entregue ao sindicato e à direção do consórcio. Seis trabalhadores teriam sido desligados por participarem da comissão da greve. O restante teria saído por ter aparecido em filmagens realizadas por encarregados da firma.

Francenildo Teixeira Farias, carpinteiro e membro da comissão da greve, conta que foi pedir explicações no escritório do RH da empresa, e lá foi agredido. Ele teria sido demitido por ser grevista, por ter participado da fundação da nova associação e também por participar da comissão.
 
Um segurança tentou tirar meu crachá de todo jeito, querendo me obrigar a assinar a quita [demissão]. Eu disse que não, que não aceitava porque não era uma demissão justa. Aí ele veio pra cima e me deu um soco na nuca – relata Francenildo, que registrou boletim de ocorrência na delegacia da Polícia Civil de Altamira.

Segundo membros da comissão, outros nomes com demissão confirmada seriam o do pedreiro Wanderson Correa, dos apontadores Fábio de Souza, Moisés Ferreira Silva, Claudevan da Silva Santos e Diego Dias Louredo. Também foram demitidos Fábio Karan e Raimundo Nonato Diniz, que não é da comissão.
 
Em documento assinado por trabalhadores e um de seus dirigentes, o Sindicato da Construção Pesada do Pará (Sintrapav) comprometeu-se a “assumir a responsabilidade pela comissão caso haja algum tipo de retaliação, perseguição, ou algum tipo de perca (sic) financeira”.
 
Pauta
O Consórcio Construtor Belo Monte nega que as demissões tenham relação com manifestações. Em nota à imprensa, divulgada na sexta-feira (13), a empresa noticiou que “diferentes pontos foram avaliados e acordados entre as partes”.


Os pontos indicados são a “instalação do Sintrapav nos canteiros”; “melhorias nas condições de transporte; melhorias no sistema de pagamento de salários – que no início do mês levou à uso de violência e a prisão de um trabalhador; e disponibilidade de sinal de celular a partir de maio.

Duas das principais pautas – o aumento da cesta-básica (que hoje é de R$ 95) e a redução dos intervalos de baixada (visita do trabalhador à sua cidade de origem) ficarão para a próxima rodada. As outras não foram citadas.

A negociação, prevista para iniciar no dia 10, foi adiada cinco vezes. O CCBM, em conjunto com o sindicato, restabeleceu uma comissão de trabalhadores para abrir a rodada de negociações.
 
Isso é fachada porque 80% da pauta não foi sequer falada. A gente não aprovou nada, só ouvimos. O sindicato não voltou pra base com a gente pra apresentar e votar que a empresa propôs. Isso era o certo. Agora, eles falaram na imprensa, soltaram um panfleto nos sítios dizendo que tá tudo certo – acusa um trabalhador que permaneceu na comissão, mas prefere não se identificar.

sexta-feira, 30 de março de 2012

DEBATE - Belo Monte, sob os olhos e as vozes do XIngu.

Amanhã, Sexta-feira, 30.03.2012, haverá um evento na FECAP discutindo a situação dos indios do Xingu.


Trata-se de um debate com a presença de diversas lideranças Indígenas discutindo os reais impactos da Usina em suas vidas.





Fique ligado!
Compareça!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Após morte de trabalhador, greve geral paralisa obras de Belo Monte



Os cerca de cinco mil trabalhadores do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pelas obras da terceira maior hidrelétrica do mundo, entraram em greve geral nesta quinta, 29. As reivindicações são aumento salarial, redução dos intervalos entre as baixadas (visita dos trabalhadores a suas famílias) de 6 pra 3 meses, o não-rebaixamento do pagamento e solução de problemas com a comida e água. 

A paralisação começou ontem no canteiro de obras do Sítio Pimental, após um acidente de trabalho que matou o operador de motosserra Orlando Rodrigues Lopes, de Altamira, e hoje se estendeu para os demais canteiros. A saída dos ônibus do perímetro urbano de Altamira para os canteiros de obra, em Vitória do Xingu, foram bloqueadas.

“A pauta é a mesma de antigamente: tudo o que está no acordo coletivo. Não cumpriram nada”, explica um dos trabalhadores. Segundo ele, apesar das greves e pressões realizadas que no ano passado, que levaram a empresa a assinar o acordo coletivo, ao invés de melhorar, as condições de trabalho tem piorado.

“No último pagamento cortaram as horas-transporte, o que diminuiu em até 600 reais o salário do peão”, explica. A justificativa para a redução é que trabalhadores estão sendo removidos da cidade para os canteiros, e que por isso não precisarão do adicional. Por conta disso, ao menos 40 trabalhadores que passaram a residir nos alojamentos provisórios dentro dos canteiros já teriam se demitido. “Pra quem vem de fora o salário já não estava bom. Com esses 600 a menos, nem vale a pena ficar”.

O trabalhador morto em acidente, que, segundo operários prestava serviços para o CCBM, era da empresa terceirizada Dandolini e Peper, e estava trabalhando na derrubada de árvores no canteiro Canais e Diques. “Nós não temos segurança nenhuma lá. Falta EPI [equipamento de proteção individual], sinalização e principalmente gente pra fiscalizar”, reclamam os trabalhadores.

Coerção
“A greve ia estourar no começo de março”, relata outro trabalhador. “Foi quando a gente recebeu o salário [no início do mês] que a gente viu que cortaram as horas in itinere”. O pagamento ocorreu numa discoteca local. “Tratam a gente que nem bicho… 

Ficam 5 mil trabalhadores numa fila enorme, entra de seis em seis [no escritório provisório]. É muito inseguro, eles dão o dinheiro na nossa mão. Conheço três que foram roubados logo que saíram de lá”, explica.

No dia 3 de março, um trabalhador teria sido demitido por ter tentado, sozinho, paralisar o canteiro Belo Monte, o maior da obra. Funcionários relataram que ele foi colocado com violência em um veículo do CCBM e demitido momentos depois.
 

Perguntados sobre o sindicato, nenhum trabalhador soube responder onde estavam os dirigentes. “O sindicato não veio, não veio ninguém. Mas vamos continuar a greve até a Norte Energia vir aqui”, concluíram os trabalhadores.

29.03.2012
Por Ruy Sposati
Xingu Vivo Para Sempre 

quarta-feira, 28 de março de 2012

Festa da Mentira! Unid@s em busca da Verdade

O Movimento Brasil Pelas Florestas participará, no próximo domingo, dia 01 de Abril, da Festa da Mentira! Unid@s em busca da Verdade!


Uma iniciativa da Casa Jaya, tem como objetivo elucidar alguns assuntos e articular a união entre vários movimentos sociais, numa verdadeira "homenagem" às promessas dos políticos, à "delicadeza" da polícia, e ao "comprometimento" da mídia!

Haverá  mesa de debates, com representantes dos movimentos, vídeos, arrecadação de doações, exposição com fotos, cartoons e textos, e para finalizar show com a Dupla Caipira de Reggae e Ricardo Mira!







Domingo, dia 1 de Abril, a partir das 17hs.

Casa Jaya - Rua Capote Valente, 305.

Entrada: R$ 5,00 até as 19hs. Depois, R$15,00


Mais informações no Facebook.

Fique ligado!

O que eu tenho a ver com isso? CÓDIGO FLORESTAL


Em meio a tanta incerteza a respeito do futuro do nosso patrimônio ambiental e na eminencia de um desastre, iniciativas como a dessas pessoas fazem toda diferença!


Fique ligado!


Palestra promovida pelo Curso de Gestão Ambiental sobre as mudanças propostas pela reforma do código florestal e onde você entra nessa ação!

Quando:  30.03.2012 - Sexta Feira
                    20:00hs
Onde:        Uniban Anhanguera-ABC
                    No Anfiteatro


Maiores Informações no Fecebook.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Dia De Luta Contra Belo Monte 17/12 - SÃO PAULO


Confirme presença no evento do Facebook






Sábado, 17 de Dezembro de 2011

14:00 até 19:00

vão livre do MASP, Avenida Paulista

Contra Belo Monte, só a Luta resolve!


Convocamos todas as lutadoras e lutadores, para no dia 17 de dezembro, mais uma vez tomarmos as ruas, para dizer o nosso 'Não!' à Belo Monte e o nosso "Sim!" à vida e ao Xingu!

Nosso SIM ao desenvolvimento de verdade, não com empregos temporarios e precarios, mas com empregos reais. Nosso SIM a uma politica energética realmente LIMPA e não com destruição de ambientes e de vidas. Nosso SIM ao Brasil do futuro e NAO as mais de 70 hidreletricas que querem destruir de vez a Amazonia!

Informe-se onde vai acontecer o ato em sua cidade, ou comece você mesmo a organizá-lo! Todos contra Belo Monstro!

REALIZAÇÃO:
Xngu Vivo, Frente de Ação Pro-Xingu, Movimento Brasil Pelas Florestas

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Voz popular contra as Alterações no Código Florestal Brasileiro.


Às vésperas da votação no Senado o Movimento
Brasil Pelas Florestas convoca a população: 

03/12/2011
  DIA DE IR PARA A RUA PELAS FLORESTAS!
14:00 às 17:00 hs. - Praça Oswaldo Cruz  (em frente ao Shopping Paulista) - São Paulo. 


 O Senado adiou mais uma vez a votação da reforma do Código Florestal, que deverá ser retomada na próxima semana.

Isso dá tempo de nos manifestarmos contra as emendas propostas pela bancada ruralista do governo, que visam a expansão do Agronegócio em detrimento da preservação do meio ambiente.


O Movimento Brasil Pelas Florestas - em parceria com outros grupos que repudiam o desfacelamento do texto que a décadas protege as nossas Florestas - convoca a todos para se manifestarem em defesa das nossas florestas, rios e a da fauna que neles habita.

Se aprovado, o Novo Código Florestal vai comprometer IRREVERSIVELMENTE o nosso bioma e o equilíbrio ambiental de nosso planeta. Agora é a hora de mostrar nossa voz. Vem!
 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Campanha: Manifeste seu repúdio ao afastamento de Megaron Txucarramae


O Movimento Brasil pelas Florestas inicia uma campanha cyberativista para que os simpatizantes e ativistas da luta contra a Usina de Belo Monte manifestem, ao Ministério da Justiça, seu repúdio ao afastamento de MEGARON TXUCARRAMAE da FUNAI de Colider. Segue modelo de carta abaixo:

email do Ministro da Justiça: jose.cardozo@mj.gov.br envie com cópia para brasilpelasflorestas@gmail.com

Excelentíssimo Sr. Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo

No dia 28 de outubro, o cacique kayapó Megaron Txucarramãe foi demitido sumariamente e sem aviso prévio da coordenação regional da Funai de Colider, MT. Sua exoneração foi publicada no Diário Oficial da União no dia 31 de outubro, através de uma portaria, que comunica que “o diretor de promoção ao desenvolvimento sustentável da fundação nacional do índio – Funai, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Portaria no 719/PRES, de 10 de julho de 2009, publicada no Diário Oficial da União No 132, de 14 de julho de 2009, resolve: No- 55 – Exonerar o servidor MEGARON TXUCARRAMAE, matrícula no 0444614, CPF no 013.015.768-67, do cargo em comissão de Coordenador Regional, código DAS 101.3, da Coordenação Regional de Colíder-MT”.

Devido a falta de justificativas para a exoneração do servidor MEGARON TXUCARRAMAE nós, do Movimento Brasil pelas Florestas e simpatizantes, só podemos concluir que essa ação teve caráter de PERSEGUIÇÃO POLÍTICA devido ao longo histórico de MEGARON TXUCARRAMAE na resistência aos projetos de Usinas Hidrelétricas na Amazônia, em especial a  Usina de Belo Monte. A decisão da Funai assume um caráter de retaliação a partir do momento em que ocorre um dia após a ocupação do canteiro de obras de Belo Monte em Altamira, na madrugada do dia 27 de outubro.

Diante do exposto nós, do Movimento Brasil pelas Florestas e simpatizantes manifestamos nosso REPÚDIO ao afastamento de MEGARON TXUCARRAMAE de seu posto na FUNAI de Colider e como cidadãos brasileiros requeremos que a exoneração seja revertida o mais rápido possível.

Sem mais

coloque seu nome

RG


Mesa Redonda no IOUSP: Zona Costeira e o Código Florestal

confirme presença no facebook
https://www.facebook.com/events/249866638404747/

sexta dia 25 no Auditório do Instituto Oceanográfico da USP

Mesa Redonda no Instituto Oceanográfico da USP

Aprovado pelo Congresso e por duas comissões no Senado, a Proposta de Lei (PL 30/2011) de reformulação do Código Florestal (Lei Federal no 4771 de 1965) pode representar um retrocesso na legislação por modificar e diminuir APPs em compartimentos ecológicos importantes como restingas estabilizadoras de dunas, manguezais e margens de rios.
A mesa redonda tem por objetivo debater sobre o impacto de tal alteração na Zona Costeira, região que ainda carece de discussões.

Programação:

16:00
Da concepção do Código Florestal ao PL 30/2011: Um retrocesso legal?
Msc. Roberto Varjabedian
Assistente Técnico de Promotoria do Ministério Público de São Paulo

16:30
Ambientes úmidos costeiros ameaçados pelas alterações propostas ao Código Florestal e a perda de serviços ecossistêmicos.
Profa. Dra. Yara Schaeffer Novelli
Livre-Docente em Oceanografia Biológica.

17:00
Confusões conceituais e legais sobre ambientes sedimentares costeiros e a ameaça das alterações do Código Florestal.
Prof. Dr. Célia Regina de Gouveia Souza
Instituto Geológico da Secretaria do Meio Ambiente - SP
Professora Convidada do Programa de geografia Física da FFLCH - USP

Após as apresentações teremos mais uma hora para discussão e perguntas.
Traga suas dúvidas, questionamentos e posicionamentos para nossa discussão.
Ao final da mesa, iremos redigir um relato com os principais pontos discutidos para estimular essa discussão em todos os profissionais e entidades ligadas às ciências do mar e à Zona Costeira.
Ainda há tempo de se informar e se manifestar!

domingo, 6 de novembro de 2011

Demitido da Funai, Megaron diz que ato foi motivado por oposição a hidrelétricas

MEGARON from André Vilela D'Elia on Vimeo.


No último dia 28, o cacique kayapó Megaron Txucarramãe foi demitido sumariamente e sem aviso prévio da coordenação regional da Funai de Colider, MT. Sua exoneração foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda, 31, através de uma portaria, que comunica que “o diretor de promoção ao desenvolvimento sustentável da fundação nacional do índio – Funai, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Portaria no 719/PRES, de 10 de julho de 2009, publicada no Diário Oficial da União No 132, de 14 de julho de 2009, resolve: No- 55 – Exonerar o servidor MEGARON TXUCARRAMAE, matrícula no 0444614, CPF no 013.015.768-67, do cargo em comissão de Coordenador Regional, código DAS 101.3, da Coordenação Regional de Colíder-MT”.

De acordo com Megaron, a demissão foi política. “Com certeza é por causa da minha oposição a Belo Monte e às hidrelétricas do Teles Pires e do Tapajós. Não tem outro motivo. É perseguição política. E eles são tão covardes que não me chamaram para conversar, só recebi a notificação da Funai”.
A reação dos kayapó à exoneração de um de seus maiores líderes foi imediata. Segundo a filha de Megaron, Mayalú Txucarramãe, os kayapó do Alto e do Médio Xingu estão se mobilizando para pressionar o governo a rever a demissão, e há uma posição unânime de que não será aceita qualquer tentativa de substituição de Megaron à frente da Funai de Colider. “O nosso povo vai reagir, isso aqui vai parar, não vamos aceitar um absurdo desses”, afirma Mayalú.
Na tarde desta terça, 1o de novembro, os kayapó enviaram uma carta ao Ministério da Justiça exigindo a revogação da demissão, e divulgaram uma nota pública condenado o ato.
“Tendo em vista que a Funai não apresentou qualquer justificativa para a tomada deste ato extremo, nós, indígenas liderados pelo Cacique Raoni, entendemos que não há motivos para esta decisão, que consideramos arbitrária e contra os princípios do estado democrático. Megaron Txucarramãe vem lutando, há décadas, em defesa do seu povo, de forma digna, sem nunca ter cometido alguma ilegalidade, e sempre respeitado a Constituição Federal”, afirma a nota.

E conclui: “em razão da truculência, da ilegalidade do ato, da falta de motivos, do evidente preconceito que está contido no decreto de exoneração, nosso povo requer a revogação dessa Portaria. Queremos e pedimos que Megaron Txucarramãe continue a frente do cargo de Coordenador Regional de Colider-MT, por entender que ele é a pessoa mais apropriada para defender e lutar por nossos interesses e direitos, como sempre vem realizando, sem medir nenhum esforço para realização dessas ações. Lembre-se da história de luta e de vida que tem o senhor Megaron Txucarramãe, sucessor do Cacique Raoni, desde a década de 60 acompanhado dos irmãos Villas Boas na criação da Terra Indígena do Xingu, entre outras lutas para a defesa da sobrevivência de todas as populações indígenas do Brasil.”

De acordo com Sheyla Juruna, liderança indígena do Movimento Xingu Vivo para Sempre, a decisão da Funai assume um caráter de retaliação a partir do momento em que ocorre um dia após a ocupação do canteiro de obras de Belo Monte em Altamira, na madrugada do dia 27. “É inacreditável que se trate dessa forma, com essa falta de respeito, um cacique e chefe da nação kayapó. Parece vingança mesquinha, é de uma inadmissível falta de compostura e dignidade por parte do governo brasileiro. Esta é a única resposta que ele tem a nos dar quando exigimos nossos direitos constitucionais, jogados no lixo com o projeto de Belo Monte? Acha que com isso desistiremos de lutar? É uma injustiça que me revolta, mas isso só aumenta nossa força de resistência contra Belo Monte e todas as outras hidrelétricas planejadas na nossa Amazônia”.

retirado de: http://www.xinguvivo.org.br/2011/11/01/demitido-da-funai-megaron-diz-que-ato-foi-motivado-por-oposicao-a-hidreletricas/

Comitê Brasil em Defesa das Florestas lança site na internet

por WWF-Brasil



Por que tanta polêmica em torno da manutenção do que resta das nossas florestas? Será possível que ambientalistas, cientistas, religiosos, empresários, representantes de comunidades, movimentos sociais e tantos cidadãos e cidadãs manifestem sua indignação diante do texto do Código Florestal, aprovado pela Câmara dos Deputados, apenas por um suposto radicalismo ou desejo de conflito sem cabimento? Será justo afirmar que os defensores das florestas não levam em conta as pessoas e suas necessidades de produzir e consumir alimentos? Do que se trata, afinal? O que importa para todos os brasileiros? Este é o início do manifesto que o Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável publicou no site lançado na internet nesta terça-feira (1).

Junto à campanha #florestafazadiferenca, a página reforça o movimento contra as mudanças no Código Florestal, em andamento no Senado Federal pelo PLC 30/2011. No endereço www.comiteflorestas.org.br o internauta encontra notícias, agenda de eventos organizados pelo Comitê, textos referentes ao assunto e links. Além disso, disponibiliza para download o “Abaixo-Assinado em Defesa das Florestas”, bem como endereços e contatos dos Comitês Regionais.

Minoritário quer informações sobre Belo Monte e Angra 3

Valor Econômico - 04/11/2011


As taxas de retorno de dois dos maiores investimentos que estão sendo realizados pela Eletrobras, da usina hidrelétrica de Belo Monte e da usina nuclear Angra 3, ainda são desconhecidas pelo próprio conselho de administração.

O representante dos minoritários no conselho da estatal, Arlindo Magno, diz que mesmo com as obras dos empreendimentos em andamento nem mesmo os valores oficiais de investimentos foram informados.

A discussão surgiu depois que a estatal mineira Cemig informou ao mercado na semana passada, logo depois de anunciar sua entrada em Belo Monte, o valor do investimento - cerca de R$ 28 bilhões já corrigidos pela inflação - e a expectativa de taxa de retorno em torno de 10%.

A companhia mineira fez uma teleconferência com analistas para falar sobre o investimento. Foi a primeira vez que um dos sócios do empreendimento, com capital aberto em bolsa, deu detalhes sobre as condições econômico-financeiras do empreendimento.

A própria Eletrobras admite que informações sobre Belo Monte e Angra 3 estão demorando um pouco mais a chegar ao conselho. Em nota enviada ao Valor por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa informa que não nega informações aos seus conselheiros e todas as solicitadas são prestadas durante a reunião ou pouco depois, antes da reunião seguinte.

"Algumas vezes, porém, investimentos mais complexos, que estão passando por reformulações societárias ou tendo seu valor revisto, demoram um pouco mais. Esses foram os casos de Belo Monte e Angra 3", diz a nota.

As ações da empresa têm sofrido no ano. As preferenciais acumulam perdas de 5,56% enquanto o índice de ações do setor (IEE) sobe 6,83%, com o fechamento do pregão de ontem. Se comparado às ações da Cemig, a diferença é ainda mais substancial. A estatal mineira valorizou-se 15,21% no ano. As ações da Eletrobras só não perdem para o Índice Bovespa, que até ontem acumulava perdas de 16%.

Em seu quinto mandato como representante dos os minoritários, que detém mais de 30% do capital total da companhia, Magno questiona o fato de o governo federal já ter publicado diretrizes de governança para diretores de estatais, mas que ainda falte transparência nas condições dos investimentos realizados pela Eletrobras.

Magno diz que o atual presidente da companhia, José da Costa Carvalho Neto, foi escolhido pela presidente Dilma Rousseff com o intuito de dar mais transparência à Eletrobras, mas que Costa tem sido uma voz solitária na empresa. "Não é possível tolerar manifestações de diretores da empresa dizendo que informações sobre Belo Monte e Angra 3 são estratégicas (sigilosas) e que a área de relação com investidores não pode divulgar ao mercado", disse Magno em carta enviada diretamente ao presidente da Eletrobras.

A estimativa dos investimentos em Angra 3, que estão sendo feitos pela Eletronuclear, é de que seja da ordem de R$ 9 bilhões. O empréstimo do BNDES já foi aprovado, no valor de R$ 7 bilhões. Já em Belo Monte, da qual a Eletrobras e suas subsidiárias são donas de 49,9% da concessão, a empresa será responsável por dar garantias a R$ 14 bilhões referentes ao investimento.

Em reuniões com investidores, em maio desse ano, o atual presidente já apontava a necessidade de melhorar o retorno da companhia, que hoje está em torno de 3% sobre seu patrimônio e a meta é chegar a 10%.

 
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