quarta-feira, 8 de junho de 2011

Site Xingu Vivo

Site muito bom: http://www.xinguvivo.org.br/2011/06/04/mais-de-360-cientistas-pesquisadores-e-intelectuais-se-opoem-a-licenca-de-instalacao-de-belo-monte/

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Desde 2009, o Painel de Especialistas, formado por uma equipe multidisciplinar de cientistas de diferentes formações, analisou minuciosamente os Estudos de Impacto Ambiental de Belo Monte e concluiu que os impactos socioambientais e a viabilidade da obra não estavam adequadamente avaliados. E alertou que os impactos sobre os povos indígenas e comunidades tradicionais da região não se limitam de maneira alguma à área prevista para ser alagada. No caso de Belo Monte, destaca-se o trecho de vazão reduzida – a Volta Grande do Xingu, com mais de 100 quilômetros de corredeiras – que será irreversivelmente comprometido, atingindo seriamente os recursos ambientais e as condições de vida e bem-estar de diversas comunidades indígenas, ribeirinhos e agricultores familiares. Afirmam, assim, que Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais serão diretamente afetados pela obra.
(...)

A maneira como vem ocorrendo o processo de licenciamento da usina vem provocando a ocorrência de graves conflitos e tensões na região de Altamira, incluindo o deslocamento compulsório de comunidades tradicionais, alheio a qualquer programa ou política de compensação, além de ameaça de morte a lideranças indígenas e tentativas, por parte do consórcio Norte Energia e do governo, de limitar a atuação do Ministério Público Federal do Pará que, historicamente, defende o direito constitucional das populações indígenas e comunidades tradicionais na Amazônia, exigindo o cumprimento da legislação ambiental e de tratados de direitos humanos.
O documento alerta ainda para a questão da eficiência operativa da usina, muito aquém do que se observa nas usinas a fio d’água existentes. Embora a propaganda oficial do governo afirme categoricamente que Belo Monte tenha potência de 11 mil megawatts, a própria NESA reconhece no Plano Básico Ambiental que a usina tem estimativa de potência média equivalente a pouco mais de um terço deste total ao ano.
Além disso, as dúvidas sobre a viabilidade econômica da obra vêm aumentando. Na última semana, o jornal O Globo noticiou uma debandada das empresas sócio minoritárias da usina antes mesmo das obras serem iniciadas, diante da previsão de que a obra pode chegar a R$ 35 bilhões – quase o dobro dos R$ 19 bilhões estimados oficialmente para o leilão, e R$ 7 bilhões acima dos R$ 28 bilhões já consolidados pelo consórcio Norte Energia.

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